quinta-feira, outubro 25, 2007

Viciei nos post secrets


She had diamons on the inside

I knew a girl
Her name was truth
She was a horrible liar.
She couldnt spend one day alone
But she couldn't be satisfied.
When you have everything,
You have everything to lose.
She made herself
A bed of nails
And shes plannin' on puttin' it to use.

(Ben Harper)

quarta-feira, outubro 24, 2007

Daqui ou de lá?


Post Secret


Post despretensioso e sem tratamento inspirado no queridíssimo http://postsecret.blogspot.com/



sexta-feira, outubro 19, 2007

Seqüência boba de haikais

Quero ir pra Marte
Sumir do mundo
Quando a nave parte?

Você diz que morreu
Mas com outra no meio
Impossível ser meu

Intimidade só a dois
Só entendi
Muito depois

O seu jeito me apavora
Penso que vem merda
Que não demora

Sei que é amor
E não nego
Vem com dor

Considero voltar atrás
Mas aquele sonho
Não existe mais

Quero começar de novo
Mas só com seu beijo
Eu me comovo

Tento conversa
É tanta loucura
Que dispersa

Não quero que mude
Só preciso
Que me ajude

Não sei o que vai ser
Sei que tô amando
Amando muito você.

sexta-feira, outubro 05, 2007

Vitiada

Já não tô no comando.
Quanto mais tempo passa
Mais tô te amando.

quinta-feira, agosto 16, 2007

Mulher-gata

Sou leve, sou livre, valorizo a felicidade.
Vou pra rua, sinto a vida,
E a beleza pelos ares.
Mas se tenho uma mania
É gostar de um cafuné.
Faço manha, me enrosco,
Meio gata, meio mulher.

quinta-feira, julho 26, 2007

Texto do meu pai - que também diz um pouco sobre mim

Quando eu tinha 15 anos
Era louco pra ter 18.

Eu tinha uma namorada no Leblon que não dava pra mim.
E tinha outra, em Laranjeiras, que não dava. Pra mim.

Eu ia de bicicleta de Copacabana ao Leblon
Em menos tempo que um adulto ia de carro.

Eu tinha um monte de amigos pobres,
Um monte de amigos pretos,
Um monte de amigas putas
E um monte de amigos ricos também.
Quando eu tinha 15 anos achava que tinha um monte de amigos.

Quando eu tinha 15 anos eu era da seleção de futebol do colégio
E colava em todas as provas de matemática.

Entrava no cinema sem pagar,
Entrava na boate sem pagar,
Andava de ônibus sem pagar.

Quando eu tinha 15 anos eu matava aula e ia pro Arpoador.
Fiz bem.
As aulas continuam iguaizinhas
e o Arpoador mudou tanto.

Quando eu tinha 15 anos
Quebrei o dente da frente brigando,
Tinha uma prateleira cheia de livros no quarto
E tinha mais medo da polícia que de ladrão.

Quando eu tinha 15 anos
Não tinha cabelo branco,
Não tinha dentes de siso,
Não tinha medos.

Quando eu tinha 15 anos
Eu não tinha saudades.

quinta-feira, maio 31, 2007

Sobre mim (mas qual outro texto meu não é?)

Tava procurando um guia do Rio de Janeiro e encontrei um de São Paulo. Não era bem o meu objetivo, mas a minha curiosidade às vezes acerta. Peguei o Manual do Paulistano Moderno e Descolado da estante e na primeira página soube que eu não ia escapar. “Se você nunca ouviu falar no Cansei de Ser Sexy, deve ter morado os dois últimos anos em Marte”. Assim como eu, o autor sabe do que se trata, mas não entende a razão pra tanto fervor em torno de uns jovens vestidos à moda européia. E o livro é todo assim. Solto, uma historinha despretensiosa, mas cheia de ironias sobre os pretensos descolados. E muito bem escrito.

O livro me fez rir. Gargalhar. E pensar, e pirar, e me investigar, como tudo o que me cai nas mãos ou surge na minha frente. Tudo é motivo pra questionar. Diferente do autor, eu não xingo. Mas não é pra me proteger, evitar brigas ou me tornar mais querida. É que eu não fujo. Se algo me incomoda, tem algo errado dentro de mim, e criticar não vai me fazer crescer.

Essa tal banda, essa ou aquela atitude, tudo me constrange. Essas referências não me tocam, eu não gosto de música punk, não entendo Uma Odisséia no Espaço e nem tenho o cabelo torto. Mas o que dói atrai. E pra curar, só investigando mais a fundo. É preciso admitir: incrivelmente, esses jovens moderninhos me tocam.

Não, eu não estou à vontade. Eu nunca estou à vontade. Como diria o meu psiquiatra, minha eterna sensação é de que estou numa festa sem ter sido convidada. Por isso as culpas, a sensação rotineira de ter dito algo errado.

Com adultos, com a geração do meus pais, eu passo horas discutindo. Lemos os mesmos livros, veneramos a psicanálise e rimos gostosamente dos diálogos e das neuroses do Woody Allen. Mas os anos de experiência evidenciam as nossas diferenças, é impossível negar.

É aí que eu percebo que tô no meio do caminho. Os jovens não me entendem, os adultos tampouco. Ou, melhor dizendo: eu não entendo os adultos, e muito menos os jovens.

É tão tentador pertencer a um grupo! Mas beijo na boca de mulher e um par de All Star não bastam. Criar rugas com literatura também é impossível.

O jeito é uma mudança interna. Algo precisa acontecer. Quem sabe daqui a três dias...

Não entendeu? Vá ler o livro.

terça-feira, maio 08, 2007

Amor com amor se paga

Olhou primeiro nos cantinhos. Tinha cara de injuriado. Perfeito para a experiência. Fingiu nem notar os peitos roçando em seu ombro. Inseguro na medida, achando a noite uma merda. Não seria capaz de conquistar uma bunda como essa, então segue no canto do balcão fingindo dançar.

Ela chega perto uma, duas, três vezes. Na última deixa cair uma nota. Agora que tem pretexto pra ouvir sua voz, toca nos ombros e devolve. Cem Reais, nota rara. Ela agradece, angelical, e já emenda algum assunto, talvez um episódio bobo na escola hoje.

Mas que atenção é essa só pra mim? E esse sorriso? A dúvida. Ela tá me gozando, só pode estar. Não, é gratidão. É claro, fui honesto e ela achou bacana. Daqui a pouco enche o saco e vai dançar.

Nem mais cinco minutos de conversa e a música chama. Aliás, é ela, com seu papinho de que essa música me lembra ótimos momentos, e esse lugar me traz sorte. Você já encontrou o seu grande amor? Sorriso lindo, jeitinho sapeca, tem covinhas. Dança gostoso, e bebe mais um pouquinho.

Olhos nos olhos, ele tem coragem como nunca imaginou. Chega junto, dança apertadinho, o calor da respiração ofegante dela na sua nuca. Testa com testa, já são namoradinhos. Não há dúvida: existe amor à primeira vista e entendo todos os clichês. Ela é minha, minha.

E quando ele já considera trocar alianças ela sopra no ouvido com delicadeza: trezentos Reais ou vou dar uma volta, querido. Incompreensão. Não ouviu bem. Respiração quente, pau pronto para o ataque, sangue estourando nas veias, mente a quilômetros de distância.

Como???

E ele se retira para o seu mundo marginal. Porque ele é de uma espécie em extinção, aqueles que acreditam no poder da conquista e não da conquista através do poder. Coitado, vai dormir sozinho. E ela parte pra outro, gostou da brincadeira.

sábado, abril 07, 2007

Vontade de nada

Vontade de não ser
o que tu quer que eu seja,
aquilo que esperam de mim
e de toda boa moça.

Vontade de não ser
e não doer
não ter culpas infundadas
e medo da perda.

Vontade de não ser
e virar ausência
ar, pó,
alimento de formigas.

Vontade de nada.

quinta-feira, janeiro 04, 2007

Palíndromo (ó Kei, consegui!)

Oi, Ramos, é só Mário.