tag:blogger.com,1999:blog-241265172024-03-23T15:12:44.890-03:00ninaninWe don’t see things as they are. We see them as we are.
(Anaïs Nin)Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.comBlogger41125tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-50163657639339953632010-06-10T22:04:00.002-03:002010-06-10T22:17:21.649-03:00Uma Versão<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia6Z7Rs-J5rSBZOrNe_8CI57ve6XRno51YGsIhXO6Jouaot3sOlGXn-JJGmYLtHAikKqhNyyaJcgQR5Dkegiy_pxKC195gmTJsfo0Cnwk1VliO66s3Dueit7BZk7_JCGOuUggj8Q/s1600/92948d60a501e6fa981bee4847b9e123a02b98d2_m.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 400px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEia6Z7Rs-J5rSBZOrNe_8CI57ve6XRno51YGsIhXO6Jouaot3sOlGXn-JJGmYLtHAikKqhNyyaJcgQR5Dkegiy_pxKC195gmTJsfo0Cnwk1VliO66s3Dueit7BZk7_JCGOuUggj8Q/s400/92948d60a501e6fa981bee4847b9e123a02b98d2_m.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5481318794547809970" /></a><br /><br />Oito anos juntos e ele vira a cara pra ela desse jeito. Não, não é possível que seja aquele mesmo cara que mandava bilhetinhos dentro dos livros, que dividia as contas e a cama. Mas sim, é possível, ele entrou no restaurante, viu que Júlia estava ali e virou rápido o rosto pro outro lado. Entrou, serviu rápido a comida e foi se esconder num canto lá fora, onde não seria incomodado com a visão da ex e do atual marido. “Rodrigo, que horror, será que ele ficou sem jeito por tua causa? Nem um oi! Que absurdo!”<br /><br />“Pois é, e você fala bastante nele. Eu bem que queria ser apresentado. Vamos ir junto quando ele for pagar no caixa?”<br /><br />Era pra continuarem comendo, mas Júlia ficou sem fome naquele dia. Não que tivesse qualquer sentimento diferente de um carinho distante pelo ex, mas ser ignorada por uma pessoa com quem conviveu tanto tempo definitivamente não estava nos seus planos. <br />Por isso, juntou coragem e decidiu: “Digo, ele não vai ao caixa tão cedo. Vamos lá fora dar um oi?” “Ah, Jú, eu até forçaria de leve um encontro, mas ir até lá falar com ele... é demais pra mim. Mas vai lá, você fala bastante nele, se não for depois vai se arrepender. Vai, eu fico tranquilo”. <br /><br />Júlia deu um beijinho gostoso no seu marido compreensivo. Como é bom ter alguém querido e maduro ao lado! <br /><br />Pegou o corredor e caminhou até a última mesa do restaurante. Olhava para o ex, tentando algum sinal pra se aproximar. Ela teve que contornar a mesa, chegar do lado dele, tocar no ombro e dizer “oi”. Só então ele virou o rosto e retrucou “oi”, sem sequer esboçar um sorriso. Tinha visto fantasmas. Seu rosto estava branco, suas olheiras saltavam, os sinais de catatonia eram visíveis. Ela tentou mais: “você não ia me cumprimentar? Dá um abraço!” Ele levantou, abraçou com a ponta dos dedos, com a distância de umas duas cidades entre os dois. Ele virou para a direita e finalmente explicou onde estava o fantasma: “Essa é a minha mulher, Giovana”. Júlia foi simpática, tentou se apresentar, mas a mulher começou um diálogo bizarro que ninguém entendeu. “Já te conheço há muito tempo, tu sempre se mete na minha vida” “Como assim, eu sou casada, vim só dar um oi, nunca te vi”. Mas a mulher já tinha levantado, saído correndo, estava longe. E o cachorrinho atônito, claro, tinha ido atrás. Júlia pediu desculpas aos outros dois homens presentes na mesa, mas eles também não olharam pra ela.<br /><br />Saiu dali com pressa, e nem precisou explicar a Rodrigo o que tinha acontecido. No estacionamento do restaurante se ouviam gritos, xingamentos e talvez até um tapa ou outro.<br /><br />Desculpa, nossa, mil desculpas. Era só o que Júlia conseguia pensar. Não quero atrapalhar a vida de ninguém! Que vergonha, que mico, quero sumir.<br /><br />Mas os sentimentos oscilavam. Mais tarde veio a raiva, vontade de escrever ao cretino. Seu corno de merda! Você é um incompetente, não sabe lidar com as mulheres, por isso nós cagamos em você.<br /><br />Outra hora só chorava. Puxa vida, eu não fiz nada pra ele, e de repente ele não pode nem falar comigo... Eu não quero nada, to bem com meu maridinho, era só um olá, como vai, saber se ele tá bem. Ops, já sei, não, não tá.<br /><br />Pensou também em escrever para a mulher. Explicar que não quer mais nada com ele, que tá muito bem casada, que entende o que é sentir ciúmes. Aliás, Júlia ficou tocada com isso: foi a primeira vez que não foi ela a ciumenta, que outra pessoa fez fantasias sobre ela. E fantasias tão infundadas... “Nossa, como a mente cria histórias”. <br /><br />E é isso, a história está criada. Na verdade, várias delas. Em cada um dos personagens, uma história, uma vida, um repertório. Cada um contaria a seu modo, cada um entenderia do seu jeito. Com seus ciúmes, suas mágoas, sua curiosidade pelo ex da namorada ou simplesmente um carinho pelo ex. Essa é a versão de Júlia.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-71252368063534430952010-05-06T22:14:00.002-03:002010-05-06T22:21:57.843-03:00Medíocre<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif77DCGzhhDQKSsaOCb6a7qSUr4uKcaHsQ80Em4UXXnnFVWmz8AdmcD5G0N_9rwZhtVxerpLUfpPNtQyAszKHUy5lqnKLF5uipX6yPvkv0UlXpf6jR4en467D1wapUGyof-xU40w/s1600/190320081350.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEif77DCGzhhDQKSsaOCb6a7qSUr4uKcaHsQ80Em4UXXnnFVWmz8AdmcD5G0N_9rwZhtVxerpLUfpPNtQyAszKHUy5lqnKLF5uipX6yPvkv0UlXpf6jR4en467D1wapUGyof-xU40w/s400/190320081350.jpg" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5468331429490829410" /></a><br /><br />Ela jura que não é hipocondríaca. Além do anticoncepcional e do antidepressivo que toma todo dia, não sai de casa sem sua farmacinha básica. Remédio pra dor de cabeça, costas, gases, cólica, alergia, enjôo e um tarja preta pro caso de tristeza emergencial. Praticidade, nada mais.<br /><br />Assim como as várias carteiras e nécessaires dentro da bolsa. Uma de pano só para cheques e cartões fidelidade (quantos!). Numa outra, toda lindinha, vai dinheiro, cartões de crédito e documentos. Moedas têm seu próprio compartimento, e por aí vai, muitas bolsinhas, tranqueiras mil. Tudo muito prático, muito organizado. Agora experimente pegar 10 pilas. Já sabe onde vai procurar primeiro?<br /><br />Sua maior loucura é a estante com os livros. Vez por outra passa, olha, volta. Fica absurdamente indignada quando uma visita insensível entra na casa e ignora essa biblioteca tão linda e colorida, não comenta um livrinho sequer. Mas ok, entende que existem pessoas frias e sem coração. Como aquelas que não devolvem seus livros mais amados. Até hoje chora pelo seu livro preferido, “Quando me tornei Estúpido”, que foi e não voltou. E sorri contente sempre que um amigo assina com um comentário um livro seu que pegou emprestado, uma prática que inventou e segue como tradição milenar.<br /><br />Anda pela casa e vê objetos que comprou nas viagens com o marido. Um telefone vermelho antigo, uma máquina lomográfica, um cofrinho bizarro. Lembra que ela sempre dá preferência para as coisas práticas, úteis, e ele quer o lado lúdico, a beleza. E foi numa dessas que decidiram comprar em Copenhagen uma cortina estilo anos 70 que lembrava muito a amada Berlim. O excesso de peso não foi problema. Quem traria um gato persa da Europa certamente não se incomodaria de trazer mais uma cortina, não é mesmo? E assim vieram, com um gato dopado, o único da família detentor do tão sonhado passaporte europeu, duas malas gigantes e duas mochilas bastante estufadas. Ainda despacharam umas duas malas pelo correio. Não é todo dia que se mora na Europa, e eles são bons nisso de aproveitar (e gastar) tudo o que podem.<br /><br />Ela tem um carrinho prata que acha fofo e muito queridinho. Assim mesmo, coisa de mulherzinha. Mas a limpeza nunca está à altura destes elogios. Não que seja suja, que não ame ver seu carro limpinho e sem lixos espalhados pelo chão. Mas alguma mania idiota dessas que ela inventa a impede que passe numa lavação e faça o serviço rapidinho.<br /><br />O iPhone já se incorporou à sua vida. Como trabalha fora de casa, precisa estar sempre atenta aos e-mails. Especialmente pra dar vazão à outra pequena mania: seu pavor, seu pânico, sua total aversão a falar no telefone. É assim, simplesmente congela, não sabe o que falar, não sabe o que decidir. Então responde rapidinho o e-mail e evita vários telefonemas. Topa pedir uma pizza, até aí tudo bem. Mas quando um amigo liga e pergunta o que está fazendo, pifa.<br /><br />Seu computador é organizado do seu jeito, aquela coisa meio maluca estilo as bolsinhas dentro da bolsa. Tudo é muito controlado, muito arrumado, de um jeito próprio que só ela sabe conduzir. Assim consegue lidar com a grande bagunça interna, com tudo o que vai e volta, com tanta informação e pensamento, tantas manias e loucuras, tantos altos e baixos que vem e vão, tantas críticas a si mesma e a sensação de estar sempre sendo observada.<br /><br />E o pior desses olhares, com certeza o mais rígido, como você pode notar, é o dela.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-77077342784743279782008-07-30T01:14:00.001-03:002008-07-30T01:14:41.393-03:00É neste domingo!Roupas, objetos para casa, eletrodomésticos, eletrônicos e outras supresas:<br /><a href="http://www.bysperanza.com.br/bazar.gif">Bazar VitiNina</a>Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-10310294353835658112008-07-01T22:06:00.005-03:002008-07-03T00:59:19.291-03:00A Gata BorralheiraNossa personagem chega na história com um cavalo branco. E ele a pé – porque é pertinho e não vale a pena gastar gasolina. De vestido rosa muito ornamentado, ela posiciona a mão esperando ajuda para descer do veículo. Ele não percebe, está arrumando a barra da calça jeans e já aproveita pra amarrar o allstar. <br /><br />Ela, um ser independente, desce e começa um papo. Toma vinho, ri, olha nos olhos, demonstra interesse. Enquanto degusta uma cerveja, ele esconde a timidez em pequenos gestos de desafio, que não parecem funcionar. Ela prefere deixar pra próxima a quebrar o romantismo. Mulheres devem ser conquistadas, e não sair agarrando.<br /><br />Alguns dias depois, novo encontro, e ela segue fazendo charme, pras bandas da Terra do Nunca. E ele continua com os pés muito firmes no chão do planeta Terra.<br /><br />Ela sonha com declarações. Num jantar a luz de velas ou no Orkut, tanto faz, têm o mesmo peso. Ele se tranca no banheiro pra bater punheta e a dor de cabeça passar. Jura que este é o único e melhor remédio.<br /><br />Brigam porque ela dorme demais, porque ela aperta a embalagem de detergente e porque ele não gosta de lingeries. É tudo o que incomoda ele, como se pode notar. Já ela fica triste com barreiras tão pequenas, que acabam não dando pra escalar. <br /><br />O preço do petróleo sobe, a China ganha espaço no mundo. E só a indiferença arranca lágrimas dela. <br /><br />A Branca de Neve começa a ficar de olho no príncipe da Rapunzel, trancafiada num quarto distante. O problema é que a essas alturas, ninguém mais acredita em conto de fadas. <br /><br />Ele sai da história dirigindo um carro. E ela fica presa no livro com o Príncipe Encantado. Felizes para sempre.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-1145694065185728932008-04-24T10:23:00.004-03:002008-04-24T10:58:23.103-03:00Escritório vazioDe quinze em quinze minutos entra no orkut, bisbilha todos os e-mails. Esperando alguma notícia, qualquer coisa que possa mudar o dia, a vida. Nada. Mais quinze minutos e tá ali de novo. A franja continua muito curta pra usar pro lado, o namorado continua recebendo mensagens de menininhas bizarras e o salário não aumentou nem um tiquinho. Quinze minutos e bate o ponto. O embrulho no estômago permanece, o trabalho não satisfaz, a barriguinha não some. Hora de olhar mais uma vez. O antidepressivo não faz efeito, tem medo de ser barrada com passaporte na mão, se irrita com o papinho da colega pro namorado. Eles viajam juntos, ela viaja sozinha. Mais uma espiadinha. A amiga desperta fantasias, homens salivam, não consegue concentrar num livro, não quer ir pra Porto Alegre. Logon e senha, rapidinho. A pauta vazia, o café acelerando, o escritório vazio, a sensação de inutilidade. Lembra que não recebeu convite pro churrasco, que bateu o carro novo, que não suporta academia, que o saldo tá negativo. Entradinha básica. Relê os sentimentos que o cara com quem divide a cama divide com a internet. Pensa que nunca teve aquilo. Só a música que ele escreveu pra uma, que também tocou pra ela no violão. Hora de entrar de novo. As horas não passam, só os segundos. Ela teme perder. Tem medo de não ter, de não ser. Quinze minutos e, finalmente, uma novidade. O ex escreveu seu primeiro testimonial. E é óbvio que não foi pra ela.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-3194618746266013582008-02-26T00:52:00.000-03:002008-02-26T00:58:10.767-03:00Passou<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7mLjQ0yqj_bbRcNvY703HWDDDI0x_RYxf-UA-AVnbEVnw3yv9rOZJletAsFhivO8R1qL2vkJ0tysml8I-PlaoFvHKHEqZdNzpZCU3OtLFygr6YIPPCREibAjk3pDZU0UnjgOStw/s1600-h/kdkddkd.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5171133215721750882" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7mLjQ0yqj_bbRcNvY703HWDDDI0x_RYxf-UA-AVnbEVnw3yv9rOZJletAsFhivO8R1qL2vkJ0tysml8I-PlaoFvHKHEqZdNzpZCU3OtLFygr6YIPPCREibAjk3pDZU0UnjgOStw/s400/kdkddkd.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-76607727345730833532008-01-30T15:23:00.000-02:002008-01-30T15:24:57.486-02:00AnônimoLi e coube em mim:<br /><br />Verdade<br />Não te quero metade<br />Mesmo que para isso<br />Me custe a vida inteiraMarina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-17637565599390613342007-10-25T14:57:00.001-02:002007-10-25T14:58:22.301-02:00Viciei nos post secrets<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-_RiHIMVTzujS6yOgNNbjU5KRpBst0xt_YleSOf3h39XjJz9VJOdthJVJaayT_YAVOVayK3kgRRA9_B3MZB8WuSGFE8SXSYxZSZbGGkX7OWI_onyvveTz2IH74ZLbdK-f1d6pKA/s1600-h/scaring.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5125319690698151954" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-_RiHIMVTzujS6yOgNNbjU5KRpBst0xt_YleSOf3h39XjJz9VJOdthJVJaayT_YAVOVayK3kgRRA9_B3MZB8WuSGFE8SXSYxZSZbGGkX7OWI_onyvveTz2IH74ZLbdK-f1d6pKA/s400/scaring.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-16704684283935143662007-10-25T11:34:00.000-02:002007-10-25T11:41:51.322-02:00She had diamons on the inside<img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5125268713731315714" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi92lWf_SahmjbHSE-242sqU1-2YFOvgSNQYmxsMM39WgI3QhvkVe1cDbrrq21prOMqrDgVHWrKLUegC242ZRlfqCOTZLTDG-AgW6wLURW0Ih3X5HZnxotWDAeJLZXJGo6qs9j0Ww/s400/everything2.jpg" border="0" />I knew a girl<br />Her name was truth<br />She was a horrible liar.<br />She couldnt spend one day alone<br />But she couldn't be satisfied.<br />When you have everything,<br />You have everything to lose.<br />She made herself<br />A bed of nails<br />And shes plannin' on puttin' it to use.<br /><br />(Ben Harper)Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-89223735335891343402007-10-24T17:15:00.001-02:002007-10-24T17:16:18.159-02:00Daqui ou de lá?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVCkc-en9ibmcBxSgPOLYRyE15xcDJFPKC0P3sDGq8BYtDStm7acuUwAchvO0mlYBItfmEZiep0V1BrleHeSmWFg83E1b1w3s3dNx9J_TzaiZv6ZYhva1X8rcu7R1C8ooYirg_Hw/s1600-h/poa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5124984155183679874" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjVCkc-en9ibmcBxSgPOLYRyE15xcDJFPKC0P3sDGq8BYtDStm7acuUwAchvO0mlYBItfmEZiep0V1BrleHeSmWFg83E1b1w3s3dNx9J_TzaiZv6ZYhva1X8rcu7R1C8ooYirg_Hw/s400/poa.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-35730174664847126382007-10-24T09:25:00.000-02:002007-10-24T09:27:21.903-02:00Post Secret<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFo8ukyLO-e9COJxTcQr3VpUlVzNlfzYtBz6ml-oPpQ0QdANbvR7VI4HL38jpZBJhMv12ER8yE4IONYKzkgYPST4hZtFz91ECzkdotBdbdO9KK-1e9RSgJEn2uyZtTOgdlT7VoJg/s1600-h/afraid.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5124863337753643378" style="FLOAT: left; MARGIN: 0px 10px 10px 0px; CURSOR: hand" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgFo8ukyLO-e9COJxTcQr3VpUlVzNlfzYtBz6ml-oPpQ0QdANbvR7VI4HL38jpZBJhMv12ER8yE4IONYKzkgYPST4hZtFz91ECzkdotBdbdO9KK-1e9RSgJEn2uyZtTOgdlT7VoJg/s400/afraid.jpg" border="0" /></a><br /><div>Post despretensioso e sem tratamento inspirado no queridíssimo <a href="http://postsecret.blogspot.com/">http://postsecret.blogspot.com/</a></div><br /><div></div><br /><div></div><br /><div></div>Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-17869721807207670332007-10-19T10:06:00.000-02:002007-10-19T11:11:28.179-02:00Seqüência boba de haikaisQuero ir pra Marte<br />Sumir do mundo<br />Quando a nave parte?<br /><br />Você diz que morreu<br />Mas com outra no meio<br />Impossível ser meu<br /><br />Intimidade só a dois<br />Só entendi<br />Muito depois<br /><br />O seu jeito me apavora<br />Penso que vem merda<br />Que não demora<br /><br />Sei que é amor<br />E não nego<br />Vem com dor<br /><br />Considero voltar atrás<br />Mas aquele sonho<br />Não existe mais<br /><br />Quero começar de novo<br />Mas só com seu beijo<br />Eu me comovo<br /><br />Tento conversa<br />É tanta loucura<br />Que dispersa<br /><br />Não quero que mude<br />Só preciso<br />Que me ajude<br /><br />Não sei o que vai ser<br />Sei que tô amando<br />Amando muito você.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-64218809961362664242007-10-05T22:19:00.001-03:002007-10-05T22:20:23.947-03:00VitiadaJá não tô no comando.<br />Quanto mais tempo passa<br />Mais tô te amando.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-84952218624786924532007-08-16T14:01:00.000-03:002007-08-16T14:02:27.829-03:00Mulher-gataSou leve, sou livre, valorizo a felicidade.<br />Vou pra rua, sinto a vida,<br />E a beleza pelos ares.<br />Mas se tenho uma mania<br />É gostar de um cafuné.<br />Faço manha, me enrosco,<br />Meio gata, meio mulher.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-89447914427282501582007-07-26T09:24:00.000-03:002007-07-26T09:25:35.920-03:00Texto do meu pai - que também diz um pouco sobre mimQuando eu tinha 15 anos<br />Era louco pra ter 18.<br /><br />Eu tinha uma namorada no Leblon que não dava pra mim.<br />E tinha outra, em Laranjeiras, que não dava. Pra mim.<br /><br />Eu ia de bicicleta de Copacabana ao Leblon<br />Em menos tempo que um adulto ia de carro.<br /><br />Eu tinha um monte de amigos pobres,<br />Um monte de amigos pretos,<br />Um monte de amigas putas<br />E um monte de amigos ricos também.<br />Quando eu tinha 15 anos achava que tinha um monte de amigos.<br /><br />Quando eu tinha 15 anos eu era da seleção de futebol do colégio<br />E colava em todas as provas de matemática.<br /><br />Entrava no cinema sem pagar,<br />Entrava na boate sem pagar,<br />Andava de ônibus sem pagar.<br /><br />Quando eu tinha 15 anos eu matava aula e ia pro Arpoador.<br />Fiz bem.<br />As aulas continuam iguaizinhas<br />e o Arpoador mudou tanto.<br /><br />Quando eu tinha 15 anos<br />Quebrei o dente da frente brigando,<br />Tinha uma prateleira cheia de livros no quarto<br />E tinha mais medo da polícia que de ladrão.<br /><br />Quando eu tinha 15 anos<br />Não tinha cabelo branco,<br />Não tinha dentes de siso,<br />Não tinha medos.<br /><br />Quando eu tinha 15 anos<br />Eu não tinha saudades.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-57783775878957623812007-05-31T20:23:00.000-03:002007-06-08T01:15:40.679-03:00Sobre mim (mas qual outro texto meu não é?)Tava procurando um guia do Rio de Janeiro e encontrei um de São Paulo. Não era bem o meu objetivo, mas a minha curiosidade às vezes acerta. Peguei o Manual do Paulistano Moderno e Descolado da estante e na primeira página soube que eu não ia escapar. “Se você nunca ouviu falar no Cansei de Ser Sexy, deve ter morado os dois últimos anos em Marte”. Assim como eu, o autor sabe do que se trata, mas não entende a razão pra tanto fervor em torno de uns jovens vestidos à moda européia. E o livro é todo assim. Solto, uma historinha despretensiosa, mas cheia de ironias sobre os pretensos descolados. E muito bem escrito.<br /><br />O livro me fez rir. Gargalhar. E pensar, e pirar, e me investigar, como tudo o que me cai nas mãos ou surge na minha frente. Tudo é motivo pra questionar. Diferente do autor, eu não xingo. Mas não é pra me proteger, evitar brigas ou me tornar mais querida. É que eu não fujo. Se algo me incomoda, tem algo errado dentro de mim, e criticar não vai me fazer crescer.<br /><br />Essa tal banda, essa ou aquela atitude, tudo me constrange. Essas referências não me tocam, eu não gosto de música punk, não entendo Uma Odisséia no Espaço e nem tenho o cabelo torto. Mas o que dói atrai. E pra curar, só investigando mais a fundo. É preciso admitir: incrivelmente, esses jovens moderninhos me tocam.<br /><br />Não, eu não estou à vontade. Eu nunca estou à vontade. Como diria o meu psiquiatra, minha eterna sensação é de que estou numa festa sem ter sido convidada. Por isso as culpas, a sensação rotineira de ter dito algo errado.<br /><br />Com adultos, com a geração do meus pais, eu passo horas discutindo. Lemos os mesmos livros, veneramos a psicanálise e rimos gostosamente dos diálogos e das neuroses do Woody Allen. Mas os anos de experiência evidenciam as nossas diferenças, é impossível negar.<br /><br />É aí que eu percebo que tô no meio do caminho. Os jovens não me entendem, os adultos tampouco. Ou, melhor dizendo: eu não entendo os adultos, e muito menos os jovens.<br /><br />É tão tentador pertencer a um grupo! Mas beijo na boca de mulher e um par de All Star não bastam. Criar rugas com literatura também é impossível.<br /><br />O jeito é uma mudança interna. Algo precisa acontecer. Quem sabe daqui a três dias...<br /><br />Não entendeu? Vá ler o livro.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-80049737557587809682007-05-08T00:08:00.000-03:002007-05-08T00:29:16.862-03:00Amor com amor se pagaOlhou primeiro nos cantinhos. Tinha cara de injuriado. Perfeito para a experiência. Fingiu nem notar os peitos roçando em seu ombro. Inseguro na medida, achando a noite uma merda. Não seria capaz de conquistar uma bunda como essa, então segue no canto do balcão fingindo dançar.<br /><br />Ela chega perto uma, duas, três vezes. Na última deixa cair uma nota. Agora que tem pretexto pra ouvir sua voz, toca nos ombros e devolve. Cem Reais, nota rara. Ela agradece, angelical, e já emenda algum assunto, talvez um episódio bobo na escola hoje.<br /><br />Mas que atenção é essa só pra mim? E esse sorriso? A dúvida. Ela tá me gozando, só pode estar. Não, é gratidão. É claro, fui honesto e ela achou bacana. Daqui a pouco enche o saco e vai dançar.<br /><br />Nem mais cinco minutos de conversa e a música chama. Aliás, é ela, com seu papinho de que essa música me lembra ótimos momentos, e esse lugar me traz sorte. Você já encontrou o seu grande amor? Sorriso lindo, jeitinho sapeca, tem covinhas. Dança gostoso, e bebe mais um pouquinho. <br /><br />Olhos nos olhos, ele tem coragem como nunca imaginou. Chega junto, dança apertadinho, o calor da respiração ofegante dela na sua nuca. Testa com testa, já são namoradinhos. Não há dúvida: existe amor à primeira vista e entendo todos os clichês. Ela é minha, minha.<br /><br />E quando ele já considera trocar alianças ela sopra no ouvido com delicadeza: trezentos Reais ou vou dar uma volta, querido. Incompreensão. Não ouviu bem. Respiração quente, pau pronto para o ataque, sangue estourando nas veias, mente a quilômetros de distância. <br /><br />Como??? <br /><br />E ele se retira para o seu mundo marginal. Porque ele é de uma espécie em extinção, aqueles que acreditam no poder da conquista e não da conquista através do poder. Coitado, vai dormir sozinho. E ela parte pra outro, gostou da brincadeira.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-69783665806350736942007-04-07T18:03:00.000-03:002007-04-07T18:06:20.634-03:00Vontade de nadaVontade de não ser <br />o que tu quer que eu seja,<br />aquilo que esperam de mim<br />e de toda boa moça.<br /><br />Vontade de não ser<br />e não doer<br />não ter culpas infundadas<br />e medo da perda.<br /><br />Vontade de não ser<br />e virar ausência<br />ar, pó, <br />alimento de formigas.<br /><br />Vontade de nada.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-1167949981334886672007-01-04T20:31:00.000-02:002007-01-04T20:33:10.300-02:00Palíndromo (ó Kei, consegui!)Oi, Ramos, é só Mário.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-1163004902758570932006-11-08T14:54:00.001-02:002006-11-08T14:55:02.760-02:00Haikais<strong>Escolhas</strong><br />Gosto de tudo um pouco<br />Não sou mais só menina<br />E pode me chamar de louco.<br /><br /><strong>Verdades</strong><br />Me permito<br />Só não gosto<br />Quando eu minto.<br /><br /><strong>Deveres</strong><br />Um compromisso:<br />Fazer da vida<br />Bem mais que isso.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-1163004883316210742006-11-08T14:54:00.000-02:002006-11-08T14:54:43.316-02:00AmorCom a cabeça no travesseiro<br />Viro pro lado<br />E ouço a tua respiração.<br />É linda!Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-1163004852420783662006-11-08T14:51:00.000-02:002006-11-08T14:54:22.953-02:00Catacumbas (ou uma noite de insônia)Tenho medo, que absurdo<br />de não poder voltar<br />o pavor é que o escuro<br />me prenda àquele lugar<br /><br />Busco a saída<br />e passos constantes<br />contra-senso é nessa vida<br />precisar do meu amante.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-1163004310064332092006-11-08T14:44:00.000-02:002006-11-08T14:45:10.076-02:00PacienteO pecado ainda existe. Católica eu não sou, e não há reza que dê jeito.<br /><br />A masculinidade dele foi esmurrada, e o meu coração se feriu na briga. Uma dor que sai aos poucos, que reage ao analgésico e ignora a vacina.<br /><br />As palavras saem. Doses homeopáticas, sintomas aliviados. Começo a me entender.<br /><br />Já não preciso de UTI, falta só receber alta.<br /><br />Tira essa lâmina do meu peito e me cura com palavras.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-1162832099059971782006-11-06T14:54:00.000-02:002006-11-06T14:54:59.073-02:00Ai bai biaFoi por aí que aprendi que as coisas e pessoas precisam de rótulos. No mínimo, um “outros”. Estado civil? Outros. Sexo: outros. Não, com sexo não existe meio termo. Ou tu é ou não é. Ou gosta de comer ou de dar.<br /><br />Mas eu toco na ferida. Sou o que desperta e incomoda. O que é gostoso de ver, mas absurdo ter por perto. Beijou mulher, é lésbica. “Mas pode sair da frente que eu quero ver, fazendo o favor?”<br /><br />- Aquela pode, a minha não. Comigo tem que usar aliança. Beijinho na boca, cinema no domingo, histórico exemplar. Quero vestido branco e impurezas debaixo do tapete, para ela limpar quando eu estiver na reunião de diretoria em plena madrugada. (E a noite dela é útil, aproveita para fazer as unhas).<br /><br />Enquanto isso eu choro. Enquanto isso eu saio bêbada, dou gargalhadas e falo o que bem entendo. Eu beijo com amor, eu sinto tesão, eu me permito.<br /><br />Pois eu não só dou. Eu como. E bebo também.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-24126517.post-1150856899697809692006-06-20T23:20:00.000-03:002006-06-20T23:30:08.030-03:00IntensamenteNão estou feliz com o cabelo. Hoje não é a roupa. Amanhã é o emprego. No dia seguinte, dor de cabeça. Sigo um dia insegura, outro mal humorada. <br /><br />Assim é o medo de viver. Que descarado esse pavor de amar! Esse sentimento latente, que me envolve e leva pra longe, bem longe. Onde só minha imaginação alcança. E esse sujeitinho petulante me tranca no quarto e insiste por lágrimas. E elas vêm, fácil. Quero distância, quero terminar tudo. E nada de recomeço. Encaro de frente, de lado, e não vejo respostas.<br /><br />Quero você. Mas quero em mim. Intensamente.Marina Speranzahttp://www.blogger.com/profile/02211852242178014809noreply@blogger.com3