Ai bai bia
Foi por aí que aprendi que as coisas e pessoas precisam de rótulos. No mínimo, um “outros”. Estado civil? Outros. Sexo: outros. Não, com sexo não existe meio termo. Ou tu é ou não é. Ou gosta de comer ou de dar.
Mas eu toco na ferida. Sou o que desperta e incomoda. O que é gostoso de ver, mas absurdo ter por perto. Beijou mulher, é lésbica. “Mas pode sair da frente que eu quero ver, fazendo o favor?”
- Aquela pode, a minha não. Comigo tem que usar aliança. Beijinho na boca, cinema no domingo, histórico exemplar. Quero vestido branco e impurezas debaixo do tapete, para ela limpar quando eu estiver na reunião de diretoria em plena madrugada. (E a noite dela é útil, aproveita para fazer as unhas).
Enquanto isso eu choro. Enquanto isso eu saio bêbada, dou gargalhadas e falo o que bem entendo. Eu beijo com amor, eu sinto tesão, eu me permito.
Pois eu não só dou. Eu como. E bebo também.
6 comentários:
Que doença.
:-P
Sene Cate Com pa nhi a
Título perfeito. Bem vindo retorno!
adorei o titulo!
por que será?
me gusto mucho el titulo, apesar que no lo entendi..
mas enfin..
besos
Acho que o título se refere, a algum americano se despedindo da Bia: Bye, Bia!
Gostei desse texto azedinho-doce, essa dualidade, flui bem na fronteira entre o quase-vulgar e o delicado. Com elegãncia mexe nas feridas, principalmente aquelas que a hiprocrisia afiada tenta abrir na vida da gente.
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